Eu to olhando o tempo faz um tempo,
Não vejo um movimento, nem uma brisa no ar.
Parece que essa nuvem de fumaça,
não chove, não desembaça, não deixa a gente cantar.
e estas previsões bem inventadas
que nunca acertam nada, vendem falsas estações.
o sol, quando é verdade, brilha forte,
não vai ser nenhum repórter que vai soprar furacões.
então por que não desliga a tevê,
dá uma volta fora e vê se é dia de chuva ou canção?
eu prefiro tomar chuva na cara
do que ver sol da janela e ouvir música em estação ...popular.
debaixo desse sol não há nada novo não,
a cobra ainda sai do ovo e se rasteja pelo chão.
e eu, como meus pais e meus avós,
ainda atado nesses nós de futebol e carnaval.
o homem já cagou na lua,
mas na minha rua ouço ecos nos botecos das esquinas.
onde poetas mortos ganham vida,
contam piadas repetidas do tempo das marchinhas.
não é nada contra antigas escrituras,
mas da arte em sepulturas só brotou fungo e capim.
nessa terra, plantando, tudo dá,
mas é preciso então plantar, pra não comer mais só jabá... com aipim.