segunda-feira, 5 de maio de 2008

ESTAÇÃO POPULAR

Eu to olhando o tempo faz um tempo,

Não vejo um movimento, nem uma brisa no ar.

Parece que essa nuvem de fumaça,

não chove, não desembaça, não deixa a gente cantar.


e estas previsões bem inventadas

que nunca acertam nada, vendem falsas estações.

o sol, quando é verdade, brilha forte,

não vai ser nenhum repórter que vai soprar furacões.


então por que não desliga a tevê,

dá uma volta fora e vê se é dia de chuva ou canção?

eu prefiro tomar chuva na cara

do que ver sol da janela e ouvir música em estação ...popular.


debaixo desse sol não há nada novo não,

a cobra ainda sai do ovo e se rasteja pelo chão.

e eu, como meus pais e meus avós,

ainda atado nesses nós de futebol e carnaval.


o homem já cagou na lua,

mas na minha rua ouço ecos nos botecos das esquinas.

onde poetas mortos ganham vida,

contam piadas repetidas do tempo das marchinhas.


não é nada contra antigas escrituras,

mas da arte em sepulturas só brotou fungo e capim.

nessa terra, plantando, tudo dá,

mas é preciso então plantar, pra não comer mais só jabá... com aipim.