quarta-feira, 12 de setembro de 2007




Acordo com sono, e meus dias parecem meus sonhos
E meus sonhos estão confusos e ocos
E a cor da manhã que nasce é cinza

Remei o barco em direção ao pôr sol
Não consegui chegar, mas foi bonito
Aquela luz avermelhada na água
Eu entardecendo

Eu dono do rio cuiabá
E o rio morrendo feito eu
Vagarosamente

Não sei onde nasce
Nem onde morre
Só sei o meio, e o meio é meu

O horizonte se movendo,
Tão rápido quanto eu
E o sol caindo na margem esquerda
Por trás das árvores, se escondendo
As árvores acobertando o sol,
Cúmplices do parto da noite
E o beijo dos últimos raios me mandando pra casa

Sentar-me-ei sonolento na cadeira a perceber ondas nas pedras
Ondas nas paredes, quando é que a onda vai quebrar?

O rio é gentil quando quer, os pescadores são gentis, acenam
E não adianta brigar com a água,
é preciso remar como o velho ribeirinho, remar com o rio

antes eu tentei pescar
agora o remo calejando minha mão
e eu só tento me unir à corrente

de fato
não há peixes no rio cuiabá

sexta-feira, 27 de julho de 2007

Nem o homem é dono da terra,
Nem a terra é dona do homem.
Sou eu a terra, e é a terra em mim,
E não estamos presos por escrituras,
Mas ligados pela essência.

Da mesma forma são os verdadeiros amantes:
Não se possuem, mas se completam,
E em sua completude são livres,
Posto que no abraço mais terno,
Ou no beijo mais apaixonado e embebido em promessas,
Unem-se apenas pela essência,
E a essência é o amor.

segunda-feira, 4 de junho de 2007

Leme





Vamos desancorar nosso barco,
abandonar o porto seguro,
e singrar as milhas que nos apavoram.
Quem sabe não serão elas nossa salvação,
E o vento nosso amigo,
Agora que não temos sentido,
E não estamos em casa?

Leme



Vamos desancorar nosso barco,
abandonar o porto seguro,
e singrar as milhas que nos apavoram.
Quem sabe não serão elas nossa salvação,
e o vento nosso amigo,
agora que não temos sentido,
e não estamos em casa?

quarta-feira, 23 de maio de 2007

olho as ruas
e nos meus olhos as pessoas também são as ruas
olho os vazios urbanos, entre um edifício e outro
o sinaleiro mudando de cor, o sol longe, mais longe
olho procurando mais que ver,
olho procurando poesia
já que sentido carece

olho procurando avenidas na contra-mão, nas paredes
supondo um viaduto sem volta, ligando o ser ao céu

domingo, 20 de maio de 2007

Tudo foi feito pelo sol



1975 - Tudo Foi Feito Pelo Sol http://w11.easy-share.com/712437.html
Sabe, vc realmente precisa ouvir isso!!
clique no link

quinta-feira, 3 de maio de 2007



Somos a primeira geração a acreditar que é a última
A primeira geração a crer que nada pode ser transfigurado
A geração que não canta, solta fogos e não olha para o céu
A não geração

Olhamos para a cabeça do século sem a curiosidade infantil
Seguindo a moral que ruiu dois séculos antes nas mentes brilhantes ofuscadas pelo brilho mágico das telas imundas da televisão e dos computadores
A geração que não crê nem perscruta

A geração que já conheceu o sexo embalado
As drogas, proibidas
E a arte, envelhecida

Ó aeronaves espaciais, espaço sideral, leve-me
Ó internet, sexo virtual, procriem-me
Cercas elétricas, câmeras de segurança, amparem-me
Ó micro ondas, ondas passageiras, venham me salvar

segunda-feira, 16 de abril de 2007

a insensatez do gentio



a indiazinha fez seu caminho através do vidro
auroras e noites escuras,perdição, caminho comprido
ela abandonou seus ancestrais, aldeia e marido
às sete horas de insensatez e luar retorcido

o gentio fechou o olhos, abriu o peito e sorriu
ja não era fevereiro era 16 de abril

verdes vales e veredas, um tufão tropical
violentamente em meu peito explode, mas nunca faz mal
será que estes rios profundos se encontram no final?
está perdido pela selva platina um animal

suspiro febril, cólera, espasmos e ira
seu corpo vai ao rio e a sua mente delira

estranhamente o dia amanhece envolto em bolor
motoristas e motoserras me destróem com rancor
a malária vai matar os homens sob a linha do equador
crescerão urticárias e ervas daninhas no elevador

sexta-feira, 13 de abril de 2007


Não tenho olhos para ver o vazio.
Por isto tantos sonhos de vida etenra,
por isto tantas angústias de travesseiro.

quinta-feira, 29 de março de 2007

O verde não é nada além de um azul ardente
E os barcos de madeira seguem pro oriente
Os sonhos se repetem, viram tempestade
E eu já não posso ver um sol pela metade

Na areia branca onírica um segundo
Do mar de águas turvas vê-se limpo o fundo
Sentada ao meu lado ela exala nuvens
Esperamos a onda, ela fala que não vem

Já são três anteontens do mesmo amanhã
E até que o sol desponte, eu prefiro a maçã
A onça pintada me espera lá fora
Com rosto semi-humano, eu tenho medo agora

Todos os meus delírios flutuam no vento
Todos meus colírios não curam, eu tento
Paira a impressão de que está tudo perdido
Mas ouço um sussurro, um sopro em meu ouvido

Acorda, menino, foi só um sonho
Acorda, menino, só mais um sonho
...
mensagem subliminar do dia: vá ouvir mutantes, "tudo foi feito pelo sol" e "o A e o Z"

terça-feira, 27 de março de 2007

frenesi

preciso de amigos insanos e lúdicos como eu
para apreciar a falta de tudo, e o resto do fogo
careço violentamente de uma festa turva,
encharcada de música e de corações, barulho, barulho

preciso de um rádio, que toque um frenético amanhã,
umas folhas de papel limpas, pra sujar de medo e desejo,
canções homéricas sobre o vazio, para serenar meus olhos,
noites febris, ébrias e carentes de sentido,
meus amores oníricos e pérfidos, é claro,
uma estrada acetinada de horizonte infinito,
e um céu sem limites.

tudo isso pra perscrutar no abismo cinza coisas que simplesmente não existem




nada mais

fina sintonia

Ainda espero seus dançantes lábios pra beijar a minha insensatez
Teus flamejantes sábios olhos negros me negando sempre outra vez
Quero ver a lua nua como atua alma ao amanhecer
E amanhã nascendo, eu juro, não entendo a luz que apaga o luar
Quero tua cintura, quero tua loucura, quero você só pra mim
Quero teu sorriso, quebro teu aviso, quero você só pra mim

Já é tarde mas não vou pra casa
Faço alarde pela rua cega e a lua me vaza
Assim como no escuro posso ver as estrelas
No meio da loucura procuro a beleza
Do outro lado do espelho que me leva
Pro meu subconsciente, meu mar, minha selva... meu sol!

Agora sinto a fina sintonia
O tempo, o gosto, a vida e o dia
E o absinto no meu sangue ardia
Em verdes ruas, mesas e melodias


-Vamos lá iluminar a cidade
Iluminar, incendiar a cidade... ascender!



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aqui vão alguns links que podem te levar, meu amigo:

http://coelhojack.blogspot.com/

http://metalmp3.zip.net/

http://brnuggets.blogspot.com/

http://www.tarkusblogprog.blogspot.com/



ride the music