terça-feira, 8 de abril de 2008

cruzeiro do sul

Sou amigo das estrelas desse céu mais azul,

tenho uma constelação junto ao cruzeiro do sul,

tenho os pés na terra, e a terra firme dentro de mim.


Mas inda brota a flor silente, ensangüentada em meu jardim.

O meu sangue é luso-negro, ítalo-guarani.

Minha força é meu apego, vingança, sucuri.

Meus olhos não esquecem a cor da carne dos meus avós.


Mas inda brinco de cantor, poeta, sou guri

miolo mole, cabeça dura de jabuti.

E a cachoeira deságua a mata em meu coração.


Mas persiste um dissonante dilema no ar

quando se encerra o cerrado em cinza, fogo e carvão.

Na arrevoada da garça branca do pantanal:

no entardecer haverão onças e cobras, ou escuridão?

Ou só escuridão?

Ou só escuridão?

Um comentário:

celso barreto disse...

putamerda, eu adoro meus textos, são do caralho, uhuuuulllllll