segunda-feira, 17 de março de 2008

depois de um longo tempo, para remover dos olhos o gesso.


Submarino

Submarino noctívago paira na fumaça dos meus sonhos.
Em águas turvas, profundezas e perigos medonhos.
Há um traidor entre seus amigos, o preferido.
E ele sabota teus desejos, trama escondido.

E enquanto a água invade, ele sobe para ver o céu nublado.
O céu do fim de tarde, das mãos sujas um agrado,
O perfume inato dos bebês, o extrato dos recém nascidos,
O presente cobiçado, suborno de deus.

Os olhos das caravelas te devoram, traidor.
Piratas imundos te desejam com ardor.
Tu és o dono do mar, do vale e do cume,
Mas esconda bem esse perfume.

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