Encontro
Na mansão mental que crio pra me encontrar puro
escondo-me, revelo minha própria face,
oculta na fumaça de um querer óbvio e sintético.
Visto a mascara e a liberdade por trás dela,
implícita nas costas da muralha.
Fundo-me ao meu, para depois fundir-me ao todo.
Descarto as verdades inúteis,
agarro-me fortemente à incerteza,
à consciência do nada-pleno.
Até o equilíbrio exige desequilíbrio pra ser equilibrado,
até o certo, não pode ser apenas certo, por risco de estar errado.
Estou firmemente convicto da minha verdade,
temporal, oscilante, fiel,
equivocada, mas necessária.
Estou firme no meu caminho,
beiradeando o meio, e não a ele preso.
Flutuante, condizente com a realidade-minha.
Estou firme na paz pós-sexo, pro amor,
assexual, tântrica de sorrisos, diálogo quase uno,
no meu plúri-orgasmo,
maxi-satisfação:
corpórea, extracorpórea.
Afinidade existencial:
encontro.
Poética liberdade,
hipotética paz,
sobrevoam,
pousam, leves em meus ombros.
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