O ouro que vale mais que olho e o olho do tolo.
A casa que vale mais que o concreto, o rejunte e o tijolo.
O beijo que vale mais que a boca na boca e a alma.
A espécie rara que vala mais que toda a fauna.
A mão certa, firmeza e rumo, certa forma de corrimão.
A sorte que prezo bem mais que o jogo.
O amor que, tamanho, dá três voltas no coração.
O "um" só que sou já não traduz o todo.
O "sim" tão óbvio que prescinde de "não".
O minuto que abriga os séculos e os séculos.
A presa que sangra, mas vence os tentáculos.
A certeza que teme perder-se em si ou no mar,
não pela dúvida, mas no pavor de imaginar.
O sorriso que compensa o preço dos dentes.
O "nós" que vale mais que o lado, e você que me ganha.
Superada a pesada culpa de ser inocente,
meus olhos, os teus: vale o riso, vale o peito, vale a manha.
Nenhum comentário:
Postar um comentário